Atrizes: Mary Pickford

Mary Pickford nasceu no dia de hoje, 8 de abril, em 1892. O Assim Era Hollywood dedica este post à uma das maiores personalidades que o Cinema já conheceu.

Nome: Mary Pickford, nascida Gladys Marie Smith
Nascimento e local: 8 de April de 1892, Toronto, Canadá
Falecimento e local: 29 de Maio de 1979, Santa Monica, Califórnia.
Ocupação: Atriz, Produtora, Roteirista
Casamentos: Owen Moore (1911-1920); Douglas Fairbanks Sr. (1920-1936): Charles “Buddy” Rogers (1937-1979)

Mary Pickford foi a atriz mais popular da era silenciosa. No auge de sua carreira, ela era a estrela mais bem paga de Hollywood. Foi a primeira atriz a ganhar o apelido de “America’s Sweetheart”, graças à uma série de performances arrebatadoras com o estereótipo da menina corajosa que vence as improbabilidades em filmes como “Stella Maris”, “Rebecca Of Sunnybrook Farm ” e “Tess Of The Storm Country”. Foi a primeira mulher a ter seu próprio estúdio de cinema. Seu casamento com o astro das matinês e sócio dela na United Artists Douglas Fairbanks despertou a curiosidade de fãs e jornalistas durante uma década. Ela também foi um dos membros-fundadores da AMPAS e ganhou o Oscar de Atriz em 1928.

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Durante sua carreira, Mary Pickford apareceu em cerca de 250 filmes e produziu mais de 30. Apesar de sua imagem na tela ter sido eternizada como uma doce e inocente menina da classe trabalhadora, ela era realmente uma mulher de negócios dura e inteligente, que permaneceu uma proprietária ativa à frente do estúdio que fundou. Como sua biógrafa Eileen Whitfield escreveu: “Ela sabia o que valia a pena, e ela não hesitou em exigir isso para si mesma. Ela era uma mulher em controle total”. O historiador de cinema Scott Eyman a chamou de “a perfeita encarnação” da menina doce, mas de temperamento forte capaz de atrair um público considerável aos cinemas só para vê-la atuar. Como disse o historiador Leslie Wood: “Mary Pickford foi o complemento do gênio de Griffith”. Mary uma vez comentou: “Eu não representava. Eu era o personagem que interpretava na tela”.

mary-pickford-poor-little-rich-girl-2Em seus primeiros filmes, Mary Pickford fez vários tipos de personagens, mas sua personalidade cinematográfica começou a se moldar em “O País da Tormenta” (Tess of the Storm Country), de 1914, dirigido por Edwin S. Porter, firmando-se em 1917, com “Rica e Pobre” (Poor Little Rich Girl) e “Geraldina” (Rebecca of Sunnybrook Farm), dirigidos respectivamente por Maurice Tourneur e Marshall Nellan. Seu papel típico era o da inocente, doce e adorável menininha, que acabou lhe valendo o apelido de “Namoradinha da América” (America’s Sweetheart). Tudo isso somado tornou Mary a estrela mais popular da história do Cinema e, durante muito tempo, ela foi a mulher mais popular do mundo. Hoje, fica difícil acreditar que, diante de uma história de vida de tantos triunfos e realizações, o mito de Mary Pickford não tenha sobrevivido ao passar das décadas. Depois de mulheres como Greta Garbo, Katherine Hepburn, Marilyn Monroe ou Brigitte Bardot terem herdado os holofotes nas décadas seguintes, poucos hoje em dia se lembram do nome de Mary Pickford e muito poucos conseguem identificar um rosto quando se deparam com esse nome.

A menina dos cachos dourados personificava uma espécie de inocência que combinava com a época – meados da década de 1910 e o princípio dos anos 1920 -, mas aquele tempo acabou quase ao mesmo tempo em que o cinema passou do período silencioso para o sonoro. Mary era fotogênica (a câmera parecia adorá-la de qualquer ângulo que a filmasse), era uma atriz muito talentosa tanto no drama quanto na comédia, era uma mulher carismática e uma profissional inteligente e competente, que sabia trabalhar em todas as áreas da produção cinematográfica. Mas também foi uma vítima do estereótipo que ela mesma ajudou a criar para si. Por exemplo, em 1920, já com 27 anos, Mary fez o papel-título de “Menina Travessa” (Polyanna), uma menina de 12.

A PRIMEIRA “NAMORADINHA DA AMÉRICA” A GENTE NUNCA ESQUECE

mary-pickford-age-5Nascida em 8 de abril de 1892, em Toronto, no Canadá, Mary Pickford foi batizada Gladys Marie Smith. Seu pai morreu quando ela tinha seis anos de idade, deixando sua mãe, Charlotte, viúva e sem dinheiro e com três crianças para criar. Gladys tinha uma irmã chamada Lottie, e um irmão, Jack, que também trabalharam no cinema. Aos cinco anos, ela começou a trabalhar em teatro para ajudar a manter a família. A menina de pequena estatura, delicada e de cabelos cacheados entrou no escritório do famoso empresário nova-iorquino David Belasco pedindo uma entrevista. Tanto ela insistiu que Belasco finalmente a atendeu. “Sou uma atriz, mas eu quero me tornar uma boa atriz”, disse ela com convicção. Nascia ali o mito Mary Pickford. Impressionado com aquela menina de 14 anos, Belasco não só a contratou como deu a ela o papel principal (Betty) em sua produção da peça “The Warrens of Virginia”, de William de Mille (irmão do cineasta Cecil B. de Mille). Foi o próprio Belasco quem a rebatizou como Mary Pickford. Quando a temporada na Broadway terminou, Mary se viu mais uma vez desempregada.

Apesar das dificuldades, a menina sabia que podia ir ainda mais longe. A conselho da mãe, Mary bateu à porta do escritório da Biograph em Nova York para uma entrevista com o poderoso D.W. Griffith. Mary apresentou-se como uma atriz de Belasco e dizendo que gostaria de atuar nos filmes dirigidos por ele por “um salário de pelo menos dez dóalres por dia”. A maioria dos atores da Biograph ganhava cinco dólares por dia. A estreia cinematográfica de Mary Pickford foi no filme “Her First Biscuits”, de 1909, dirigido por Griffith. Com uma maquiagem pesada aplicada pelo próprio Griffith (que segundo a atriz afirmou mais tarde a fazia parecida com Pancho Villa), Mary atuou em um papel secundário, pois o filme era estrelado por Dorothy Bernard. Sobre essa fase, Mary declarou: “Eu vivia mulheres submissas, secretárias, mulheres de todas as nacionalidades. Eu decidi que, se eu pudesse atuar em quantos filmes eu pudesse, eu me tornaria conhecida e haveria uma demanda maior pelo meu trabalho”. Mary apareceu em 51 filmes em 1909, quase um filme por semana. Em pouco tempo, Mary se tornou a estrela da Biograph, ficando conhecida como “Little Mary”, depois do grande sucesso do filme “The Little Teacher”, de 1909.

Em janeiro de 1910, Mary mudou-se com a equipe da Biograph para Los Angeles. Logo em seguida, ela transferiu-se para a IMP (Independent Motion Picture) de Carl Laemmle, onde passou a ganhar mais de quatro vezes o salário anterior. Em 1911, na Majestic, seu salário aumentou de 700 para 1.100 dólares mensais. Mas ela começou a ficar insatisfeita com a falta de liberdade criativa e decidiu retornar para a Biograph. Por volta de 1912, ela teve grandes atuações em filmes como “Friends”, “The Mender of Nets”, “Just Like a Woman” e “The Female of the Species”. Naquele mesmo ano, Mary apresentou suas amigas Lillian e Dorothy Gish a Griffith. Porém, Mary começou a entrar em choque com Griffith por conta do temperamento forte da atriz e do método laboral de Griffith trabalhar. Mary acusava Griffith de lhe oferecer apenas papéis ruins, recusados por atrizes como Lillian Gish, que se tornou a preferida de Griffith por conta do seu gênio dócil. Por sua vez, Mary chegou a agredir Griffith fisicamente, atirando-o ao chão durante uma discussão. Desse período, o grande sucesso de Mary foi o filme “New York Hat”, de 1913, seu último filme na Biograph.

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Mary retornou à Broadway em uma produção de Belasco, “A Good Little Devil”. A experiência, ainda que bem sucedida, fez Mary perceber o quanto ela sentia falta de atuar em filmes. Ofertas de trabalho não paravam de chegar e Mary decidiu atuar apenas em filmes dali em diante. Em 1913, ela assinou contrato com a Famous Players Film Company, de Adolph Zukor. Zukor acreditava no potencial do cinema para adaptar peças de teatro importantes, e assim foi que um dos filmes de Mary para o estúdio foi uma versão de “A Good Little Devil”, produzida naquele mesmo ano e limitada ao fato de que não passava de simples “teatro filmado”, com os atores recitando o texto da peça.

Desse período, seus filmes de maior sucesso foram “No País das Tormentas” (Tess of the Storm Country) e “Hearts Adrift”, de 1914. Neste, foi a primeira vez que o nome da atriz era colocado acima do título do filme nos cartazes de cinema. Quando a Famous Players fundiu-se com a Jesse L. Lasky Feature Play Company e formou-se a Famous Players-Lasky, o contrato de Mary subiu para dez mil dólares semanais, com mais 300 mil de prêmio e a formação da The Mary Pickford Company, dedicada exclusivamente a seus filmes, de cujos lucros ela participava e sobre os quais possuía total controle para escolher o diretor, o elenco, o corte final e a publicidade que desejava para o filme. Mary escolhia com cuidado os filmes em que atuava, e a maioria de suas escolhas se mostraram acertadas. Ela emplacou uma série de sucessos consecutivos, inclusive atuando ao lado dos irmãos em “M’liss”, de 1918, produção de alto nível baseada em história de Bret Harte com roteiro de Frances Marion e dirigida por Marshall Neilan.

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Embora continuasse encarnando o personagem da menina batalhadora, Mary tinha a liberdade de poder revezar-se em papéis mais desafiadores, mais “adultos”. O grande sucesso de “Benditoso Esplendor” (Stella Maris) e “A Filha do Prisioneiro” (Johanna Enlists) ajudaram Mary a abandonar a companhia para assinar um contrato multimilionário com a First National: 350 mil dólares por filme, além de receber a propriedade e os direitos dos filmes em que atuasse após passado o período de distribuição dos mesmos, em torno de cinco anos. Mary dissolveu a Pickford Film Company e fundou a Mary Pickford Company, que pertencia metade a ela e metade à sua mãe. Ela era a campeã absoluta de bilheteria da época, batendo inclusive Charles Chaplin.

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Em 1919 ela fez alguns dos maiores êxitos de sua carreira até então: “Papaizinho Pernilongo” (Daddy Long Legs), “A Garota” (The Hoodlum) e “Entre Bandidos” (The Heart O’the Hills). No final da década, Mary Pickford era tida como a mulher mais famosa do mundo, ou como um jornalista da época escreveu: “a mais conhecida mulher que já existiu, a mulher conhecida por mais pessoas e adorada por mais pessoas do que qualquer outra já tinha sido em toda a História”.

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O primeiro casamento de Mary foi como ator e diretor irlandês Owen Moore. O casamento foi em abril de 1911, e ela tinha apenas 18 anos. Mary teria engravidado de Moore no fim do ano anterior e um aborto espontâneo ou provocado teria causado a incapacidade de a atriz ter filhos. Isso somado a vários outros problemas que incluíram o alcoolismo de Moore, sua incapacidade de aceitar viver à sombra da esposa famosa e suas atitudes violentas, ajudaram a arruinar a relação. Além disso, Mary já estava envolvida com Douglas Fairbanks. Fairbanks era o grande astro da época e Mary já era a “Namoradinha da América” e também uma estrela de primeira grandeza, mas ela só conseguiu o divórcio em 20 de março de 1920. Fairbanks também estava se divorciando de sua primeira esposa, a socialite Beth Sully, com quem teve Douglas Fairbanks Jr. O casamento de Fairbanks com Mary se deu 8 dias após o divórcio dela com Moore, em 28 de março, em uma cerimônia simples, mas muito concorrida. A união dois dois parecia criar uma aura de magia sobre eles acalentando a empatia do público, que além de prestigiar os filmes que eles estrelavam, corria para ler as notícias sobre o casal nos tablóides da época. Apesar de não serem muito felizes (há quem diga que a união surgiu como um contrato mútuo entre eles para vender uma imagem pública que ajudaria a promovar os filmes em que atuavam), Mary e Douglas representavam para o público a realeza hollywoodiana, vivendo em sua mansão maravilhosa conhecida como Pickfair, combinação dos dois sobrenomes.

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Mary sempre foi uma negociante competente na hora de escolher os filmes em que atuava ou quando renegociava seus contratos. Ela fundou a United Artists Association, em 1919, junto com Chaplin, Griffith, William S. Hart (que pouco tempo depois deixou o estúdio) e Douglas Fairbanks, para fazer filmes do jeito que ela queria, mas também para ganhar muito dinheiro. Durante vários anos, ela conseguiu. Ela produziu vários filmes de sucesso, entre eles “Polyanna”, de 1920, “Castelos de Espuma” (Suds), de 1920,  “O País das Tormentas” (Tess of the Storm Country), de 1922, “Sua Vida pelo seu Amor” (Little Annie Rooney), de 1925, e “Meu Único Amor” (My Best Girl), de 1927, seu último filme silencioso.

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O público estava tão acostumado a vê-la no papel de menina doce e romântica que foi um choque para todos quando Mary tentou mudar de imagem. Para isso, ela trouxe o sofisticado diretor alemão Ernst Lubitsch para dirigi-la em “Rosita”, de 1923, mas nem o estrondoso sucesso de bilheteria (o filme arrecadou mais de 1 milhão de dólares) nem o aclamado “toque” do cineasta conseguiu alterar as expectativas dos fãs em relação à atriz. A mudança radical viria em 1928. Mary rebelou-se definitivamente contra o tipo que era obrigada a representar e cortou os cachos dos cabelos (que depois foram expostos em museus de Los Angeles e San Diego). Foi com esse novo estilo de penteado que ela ganhou o Oscar naquele ano, atuando em “Coquette”, seu primeiro filme sonoro.

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Porém, a carreira de Mary Pickford não duraria muito tempo após o advento do cinema sonoro. A atriz não estava entusiasmada com a introdução do som: “Adicionar som ao cinema seria como colocar batom na Venus de Milo”, disse na época. Apesar de tudo, ela foi perspicaz o suficiente para convencer meio mundo de que uma atriz de 35 anos podia interpretar uma jovem de 19, adicionando uma dose extra de realismo. Mary já estava cansada do tipo de filme que vinha fazendo há duas décadas: “Eu estou cansada de peças de Cinderella”, disse ela, “de vestir trapos e farrapos. Quero vestir roupas elegantes e interpretar a amante”.

De fato, logo em seguida, Mary surgiria não mais com cabelos cacheados, e sim em bobs (ela cortou os cabelos por ocasião da morte da mãe em 1928), uma atitude controversa por conta do seu status de ícone como a representante perfeita da feminilidade e encarnou o papel mais sofisticado de sua carreira. Os fãs ficaram chocados com a transformação. O corte recebeu destaque na primeira página do The New York Times e outros jornais. Apesar do Oscar que ganhou por “Coquette”, o público rejeitou o filme e todas as suas tentativas seguintes de atuar em papéis mais adultos. Dizem que o Oscar que ganhou teria sido mais em razão do gigantesco lobby promovido por ela nos círculos hollywoodianos às vésperas da cerimônia de entrega dos prêmios.

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“Coquette” não foi bem de bilheteria, tendo sido seguido por outro fracasso: “Mulher Domada” (The Taming of the Shrew”, em que atuou ao lado do marido Douglas Fairbanks. A carreira de Mary estava chegando ao fim. A própria atriz reconheceu que estava velha demais para continuar interpretando mocinhas trabalhadoras e adolescentes ingênuas. Mesmo assim, fez mais dois filmes: “Kiki”, de 1931, e “Segredos” (Secrets), de 1933. Nesse mesmo ano, ela fez um teste em Technicolor para uma versão de “Alice no País das Maravilhas”, mas Walt Disney descartou o projeto quando a Paramount lançou uma versão do livro de Lewis Carroll. Apenas uma fotografia em Technicolor desse teste ainda existe. No mesmo ano, Mary Pickford decidiu abandonar a atuação, dedicando somente à produção. Ela produziu, entre outros, “One Rainy Afternoon” (1936), estrelado por Ida Lupino, “The Gay Desperado” (1936), dirigido por Rouben mamoulian, “Sleep, my Love” (1948), estrelado por Claudette Colbert, e “Love Happy” (1949), com os Irmãos Marx.

O divórcio com Fairbanks viria em janeiro de 1936, quando o caso dele com Sylvia Ashley, famosa modelo e socialite da época, veio à tona. Apesar dos esforços do filho dele, Douglas Fairbanks Jr., o casal jamais se reconciliou. Na divisão de bens, Mary recebeu a mansão Pickfair. Um ano depois, ela casou-se com o galã Charles “Buddy” Rogers, com quem havia atuado em seu último filme mudo, “Meu Único Amor”, de 1927. Rogers era doze anos mais novo do que ela e o casal adotou um menino, Ronald Charles, em 1943, e uma menina, Roxanne, em 1944.

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O afastamento das telas foi difícil para ela. Mary desenvolveu alcoolismo. Havia outros alcoólicos em sua família incluindo seu primeiro marido, Owen Moore, seu pai John Charles, sua mãe Charlotte, e seus irmãos mais novos, Lottie e Jack. Sua mãe morreu de câncer em março 1928, após várias operações. Dentro de alguns anos, Lottie e Jack morreram de causas relacionadas com o álcool. Todas estas mortes e o fim da fama deixaram Mary profundamente deprimida. Seu relacionamento com os filhos adotivos, Roxanne e Ronald, foi turbulento na melhor das hipóteses, muito por conta da inabilidade da atriz de lidar com a maternidade. Em 1947, Mary anunciou seu desejo de voltar às telas, inclusive fazendo um teste para um papel em “Life With Father”. Quando o papel foi para Irenne Dunne, ela aposentou-se definitivamente.

mary-pickford-1939Em 1953, ela e Charles Chaplin, os únicos sócios sobreviventes, venderam a United Artists. Dois anos depois, Mary publicou suas memórias “Sunshine and Shadow”. A atriz havia se tornado reclusa, ela e Charles Rogers raras vezes foram vistos em público fora de sua residência. Embora tenha saído dos holofotes no auge de sua carreira, Mary Pickford não queria que seus antigos fãs vissem a idosa em que ela tinha se transformado. Na sala de estar da Pickfair havia um retrato de Mary, pintado no auge de sua fama, enfatizando sua beleza e seus cachos de ouro fiados, que hoje se encontra na Biblioteca do Congresso. Após um tempo, ela se recusou a ver as poucas visitas que recebia, falando com elas de seu quarto através de um telefone interno. A sua aparição surpresa na televisão em 1976 (a Academia enviou uma equipe de TV à casa da atriz para filmá-la) por alguns momentos para receber o Oscar honorário pelo conjunto da obra foi também a última vez que ela foi vista em público. A primeira e mais famosa “queridinha da América” morreu em 1979, aos 87 anos de idade de hemorragia cerebral, em Santa Monica, na Califórnia. Além de seu livro de memórias, uma ótima fonte de pesquisas sobre ela são as biografias de Scott Eyman (“Mary Pickford, America’s Sweetheart”, 1990) e Eileen Whitfield (“Pickford: The Woman Who Made Hollywood”, 1997), além do ensaio do historiador de cinema Kevin Brownlow (“Mary Pickford Rediscovered: Rare Pictures of a Hollywood Legend”, 1999).

Apesar de um começo tão promissor quanto o seu em “Asas”, de 1927, Charles “Buddy” Rogers nunca se tornou um astro, mas foi sem dúvida um excelente marido e companheiro para Mary em seus últimos anos. Ele envolveu-se em várias campanhas de caridade e causas humanitárias e morreu em 1999, aos 94 anos de idade.

Filmografia:

A filmografia de Mary Pickford é muito extensa. A maioria das produções que estrelou entre 1909 e 1920 se tratava de filmes de apenas um único rolo, muitos deles perdidos para sempre ou disponíveis apenas em fragmentos. Para mais detalhes, veja a sua filmografia no Wikipedia.

Principais filmes:
Secrets (1933)
Kiki (1931)
Forever Yours (1930)
The Taming of the Shrew (1929)
Coquette (1929)
The Gaucho (1927)
My Best Girl (1927)
Sparrows (1926)
The Black Pirate (1926)
Ben-Hur: A Tale of the Christ (1925)
Little Annie Rooney (1925)
Dorothy Vernon of Haddon Hall (1924)
Rosita (1923)
Tess of the Storm Country (1922)
Little Lord Fauntleroy (1921)
The Love Light (1921)
Suds (1920)
Pollyanna (1920)
Heart o’ the Hills (1919)
The Hoodlum (1919)
Daddy-Long-Legs (1919)
Captain Kidd, Jr. (1919)
One Hundred Percent American (1918)
Johanna Enlists (1918)
How Could You, Jean? (1918)
M’Liss (1918)
Amarilly of Clothes-Line Alley (1918)
Stella Maris (1918)
The Little Princess (1917)
Rebecca of Sunnybrook Farm (1917)
A Romance of the Redwoods (1917)
The Poor Little Rich Girl (1917)
The Pride of the Clan (1917)
Less Than the Dust (1916)
Hulda from Holland (1916)
Poor Little Peppina (1916)
The Foundling (1916)
Madame Butterfly (1915)
A Girl of Yesterday (1915)
The Dawn of a Tomorrow (1915)
Cinderella (1914)
Such a Little Queen (1914)
The Eagle’s Mate (1914)
Tess of the Storm Country (1914)
A Good Little Devil (1914)
Hearts Adrift (1914)
Caprice (1913)
In the Bishop’s Carriage (1913)
The Unwelcome Guest (1913)
The New York Hat (1912)
Her First Biscuits (1909) – primeiro filme

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